quarta-feira, 27 de julho de 2011

Sonhos e lágrimas

Ela estava sentada no chão do quarto tentando definir em palavras sua dor, a unica pessoa que amou em toda a vida dormia na sua cama, um doce anjinho de 4 meses de vida. 
As lágrimas banhavam o rosto, o peito doía, a garganta apertava. O desespero tentava mais uma vez domina-la.
Não podia dividir com ninguém o que sentia, não podia contar seus motivos. Sentia-se no fundo do poço, no fundo de um poço tampado. Não havia saída.
Seu sonho, tudo que queria naquele momento era ter como morar sozinha com a filha, sim, a filha foi a unica a quem ela amou de verdade. Queria ir pra bem longe dali, proteger seu anjinho de tudo que dia após dia a tinha machucado, por anos.
Seu sonho antigo, cada dia mais distantes, ser escritora. Nessa era digital queria ser blogueira profissional, escrever e viver das letras. Mas tinha desaprendido a escrever, tantos anos, tanto tempo, acreditando que não era capaz. Lhe roubaram os sonhos, fizeram-na crer que era impossível. 
O que faria, não sabia. Desistir, não podia. Explicar, quem a escutaria? Quem entenderia? Ninguém, por certo ninguém.
Contaria ao mundo o que sentida, mas sem dizer seus porquês, isso ela não podia contar. Pois tortura pscicológica não é crime, e depressão não é doença.
E desistir, não é mais uma opção.

2 comentários:

  1. Bonito texto. Talvez retrate algumas angústias e sentimentos esquecidos ou deixados de lado pela necessidade de sobreviver de muita gente.

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  2. Você escreve muito bem, parabéns.. Gostei do texto!
    To te seguindo, me segue também?
    http://emalgumlugardobrooklyn.blogspot.com/


    Beijos

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