quarta-feira, 12 de junho de 2013

Eles odiavam a escola

Famosos, bem sucedidos e com nações de fãs, eles já foram crianças problemáticas no ambiente escolar, envolvidos em brigas, casos de bullying em uma época em que isso "não existia", transtornos de aprendizado que só foram descobertos muitos anos depois, timidez extrema, mas o que todos tinha em comum é que odiavam a escola.
Um tema recorrente em biografias de astros de rock é essa aversão a escola.
Os trechos das biografias foram extraídos do site educacao.uol.com.br .



Ozzy Osbourne - "Eu odiava a escola. Odiava. Ainda consigo lembrar meu primeiro dia no Prince Albert Juniors em Aston: tiveram de me arrastar até lá pelo colarinho, por que eu chutava e chorava muito. A única coisa que queria da escola era que o sinal tocasse às quatro da tarde. Eu não conseguia ler direito, por isso não tinha boas notas. Nada entrava na minha cabeça e não conseguia entender por que meu livro e era como se tudo estivesse escrito em chinês. Sentia que não era bom em nada, como se fosse um desastre. Só com trinta anos descobri que tinha dislexia, além de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Ninguém sabia dessas coisas na época. Estava numa classe com quarenta crianças e, se não entendesse, os professores não tentavam ajudar - eles o deixavam de lado. Foi o que aconteceu comigo. E quando eu precisava fazer alguma merda - como quando tinha de ler em voz alta - eu tentava divertir a classe. Pensava em todos os tipos de coisas doidas para fazer os outros rirem"

"Depois do Prince Albert Juniors, fui para Birchfiel Road Secondary Modern, em Perry Barr. Eles tinham uniforme, não era obrigatório, mas a maioria dos garotos usava, incluindo Paul, meu irmão mais novo, que se achava muito bom. Ele ia todo dia com o blazer, as calças de flanela cinza, a gravata e a camisa. Eu andava com minhas botas, jeans e um suéter fedido. O diretor, Sr. Oldham, me dava uma bronca sempre que me encontrava. 'John Osbourne, arrume-se, você é um desastre!', gritava no corredor. 'Por que não pode ser mais parecido com seu irmão'"

"O mais engraçado foi que a única matéria em que consegui boas notas em Birchfiel Road foi 'trabalho com metal'. Acho que isso aconteceu porque meu pai era mestre ferramenteiro e era algo natural para mim. Eu até ganhei um primeiro prêmio numa competição com um fecho de metal para janelas. Isso não me impedia de continuar fazendo doideiras, no entanto. O professor, Sr. Lane, acabava me batendo na bunda com um pedaço de madeira gigante. (...) Fui perseguido por um bom tempo quando era mais jovem. Alguns meninos mais velhos costumavam esperar por mim a caminho de casa e puxar minhas calças, ficar zoando comigo"

Trecho extraído do livro "Eu Sou Ozzy", de Ozzy Osbourne com Chris Ayres.


Steven Tyler - "Uma manhã, quando eu estava na terceira série, havia uma garota no pátio, e devo ter agarrado uma lâmpada quebrada e corrido atrás dela - como qualquer moleque (espertalhão) querendo afeto faria. (...) Sua mãe foi até a sala do diretor. 'Se Steven Tallarico não for expulso da escola vou tirar minha filha! Ele a perseguiu com uma ARMA LETAL (e blá-blá-blá) É um animal!' Chamaram minha mãe. Queriam me mandar para uma escola para pessoas determinadas, conhecidas hoje como crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). (...) Fiquei animado com a escola, mas cheguei no lugar e descobri que estava cheio de 'crianças espexiais [sic]'. Moleques que gritavam 'vai se F*!' no meio da aula, que tinham problemas como Síndrome de Tourette e gritavam o tempo todo. Um pouco pior do que a escola pública, eu diria: crianças cheirando cola durante a aula de arte, e todo mundo mandando bolinhas de papel com elásticos um no outro. UAU, me senti em casa!"

"Cuspiam em mim na escola e me chamavam de 'Lábios de Crioulo'. As crianças me davam petelecos na orelha, algo que era particularmente dolorido nos dias frios. Ser provocado no ônibus, no entanto, acabou sendo minha salvação. No começo, posso até ter ficado ofendido, mas, assim que aprendi a cantar, passei a sentir orgulho daquele apelido, porque percebi então que essas eram minhas raízes, minha raiz negra estava na música negra, e eu não devia me envergonhar de nada"

"O jeito que encontrei para não apanhar na escola foi me tornando baterista numa banda. Meu primeiro grupo foi o Strangers. (...) No ensino médio, a chave para não ser zoado era entreter os outros, da mesma forma que pessoas gordas se tornam engraçadas, contam piadas, tiram sarro dos outros e por isso são deixadas em paz. Eu era magrelo, tinha lábios grossos e cabeça pontuda. Deixei o cabelo crescer e comecei a tocar bateria numa banda, e esse foi o caminho de minha aceitação. Conhecia música por causa do meu pai, e assim o rock 'n' roll me ajudou a não apanhar"

Trecho extraído do livro "O Barulho na Minha Cabeça te Incomoda?", de Steven Tyler com David Dalton.


Keith Richards - "Quando eu estava com nove ou dez anos, durante mais ou menos um ano fui vítima de tocaias, no melhor estilo Dartford, praticamente todos os dias quando saía de casa e ia para a escola. Eu sei o que é ser covarde. Eu nunca mais voltarei lá. Por mais fácil que seja dar as costas e sair correndo, eu preferia as surras. Dizia para minha mãe que tinha tomado outro tombo de bicicleta. E aí ela respondia 'Fique longe da bicicleta, filho'. Cedo ou trade todo mundo leva uma surra. Melhor cedo"

"Eu detestava a pré-escola. Detestava todas as escolas. Doris disse que eu ficava tão nervoso que ela se lembrava de ir me buscar e me carregar nas costas até em casa, porque eu não conseguia andar de tanto que tremia. E isso foi antes que as tocaias e as intimidações tivessem começado. A comida que davam era terrível. Eu me lembro de ser obrigado a comer 'torta cigana' na pré-escola. Eu simplesmente me recusava. Era uma torta com alguma gosma queimada de recheio, geléia ou caramelo. Todas as crianças daquela escola conheciam a torta e algumas até gostavam dela. Mas isso não era o que eu queria de sobremesa, e eles tentaram me forçar a comer aquilo, ameaçando me colocar de castigo ou cobrar uma multa se eu não comesse. Era a coisa mais dickensiana possível. Tive que escrever 'Eu não recusarei comida' trezentas vezes, com minha letra de criança. Mas, no fim, acabei. Eu, eu, eu, eu... não, não, não..."

"Diziam que eu tinha mau gênio. Como se mais ninguém tivesse. Gênio que acordava com aquela torta cigana. Pensando naqueles tempos, o sistema educacional da Grã-Bretanha, saindo dos escombros da guerra, não tinha muito que fazer. O instrutor de educação física, por exemplo, havia acabado de passar um período treinando unidades de combate no Exército e não entendia por eu não deveria dispensar o mesmo tratamento aos alunos, embora só tivéssemos cinco ou seis anos. Todos os professores eram ex-soldados. Todos tinham combatido na Segunda Guerra Mundial e alguns inclusive haviam acabado de voltar da Coreia. Assim, estávamos crescendo com esse tipo de autoridade que só sabia berrar"

Trecho extraído do livro "Vida", de Keith Richards com James Fox.


John Lennon - "Mais tarde o próprio John diria que começara a freqüentar a escola [secundária] disposto a se sair bem e ser um motivo de glória para Mimi e tio George. Todas essas boas resoluções se desfizeram à primeira visão de seus novos colegas de classe, se agitando e berrando no pátio de Quarry Bank. 'Eu pensei, Meu Deus, para sobreviver aqui vou ter de abrir caminho a porrada nessa turma, tal como havia feito em Dovedale. Havia uns caras bem durões ali. Na primeira briga em que me meti, perdi. Eu perdia a coragem quando ficava realmente machucado. Se havia um pouco de sangue então, era caso encerrado. Depois disso, se topava com alguém que sabia socar melhor do que eu, eu dizia: Está bem, vamos fazer uma luta livre. (...) Eu era agressivo porque queria ser popular. Queria ser o líder. Parecia mais atraente do que ser apenas um dos babacas. Eu queria que todo mundo fizesse o que eu mandasse, que rissem das minhas piadas e me deixassem ser o chefão'"

"'Nunca entendi o que aconteceu', diz Rod Davies. 'Foi sempre óbvio que John era tão brilhante, ou mais brilhante até, do que qualquer um por ali. Mas, desde o início, também ficou óbvio que ele decidira não aderir ao sistema de modo algum'. Um importante fator para isso foi sua extrema miopia, associada à recusa obstinada de usar os óculos que tanto detestava. Em vez de correr o risco de ser apelidado de 'quatrolhos' ou 'chato', ele preferia viver numa semicegueira em que só podia ler o número de um ponto de ônibus se escalasse até a metade do poste. (...) John, no entanto, se contentava em vadiar com Pete Shotton no fundo da sala, deixando frases, datas, equações matemáticas e fórmulas químicas se confundirem todas no mesmo borrão intraduzível"

"O mais curioso era que esse inútil incorrigível era, fora da sala de aula e de sua odiosa obrigatoriedade, um rato de biblioteca cujo gosto pela literatura ultrapassava em muito o currículo de inglês de Quarry Bank e que, deixando por conta própria, passava horas na atitude do mais consciencioso estudante, lendo, escrevendo e desenhando"

Trecho extraído do livro "John Lennon - A Vida", de Philip Norman.


Eric Clapton - "O estudo começou para mim aos cinco anos de idade, na Escola Primária da Igreja Anglicana de Ripley, situada em um prédio de pedra ao lado da igreja da aldeia. (...) De início fiquei bastante feliz por ir à escola. A maioria dos garotos que moravam no parque perto de nós começou na mesma época, mas, à medida que os meses passaram, e me dei conta de que aquilo levaria um tempão, comecei a me apavorar. As sensações de insegurança que eu tinha sobre minha vida em casa fizeram-me odiar a escola. Tudo que eu queria era ser anônimo, o que me impedia de participar de qualquer tipo de evento competitivo. Eu detestava qualquer coisa que me destacasse e atraísse atenção indesejada sobre mim"

"Também Senti que me mandar para a escola era apenas um jeito de me tirar de casa, e fiquei muito ressentido. Um professor bastante jovem, Mr. Porter, parecia ter um interesse geral em trazer à luz os dons ou habilidades das crianças, e em se relacionar conosco em geral. Sempre que tentava isso comigo, eu ficava extremamente melindrado. Encarava-o com todo o ódio que conseguia, até que enfim ele me deu palmadas pelo que chamou de 'insolência muda'. Hoje não o culpo, qualquer um em posição de autoridade recebia aquele tipo de tratamento de minha parte. O único assunto que eu realmente gostava era arte, embora tenha ganhado um prêmio por tocar 'Greensleeves' na flauta doce, meu primeiro instrumento"

"Os eventos em casa tiveram um efeito drástico em minha vida escolar. Naquele tempo, aos 11 anos de idade, tinha que se fazer um exame chamado 'admissão', que decidia para onde você iria a seguir - um liceu para aqueles com melhores resultados ou uma escola secundária para aqueles com notas menores. O exame foi prestado em outra escola, o que significa que fomos amontoados dentro de um ônibus e conduzidos para um local estranho, onde fizemos um exame atrás do outro ao longo de um dia inteiro. Eu fui mal em tudo. Estava tão amedrontado com o ambiente, tão inseguro e apavorado que não consegui responder, e o resultado foi que fracassei miseravelmente. Não dei grande importância porque ir para o liceu Guildford ou Woking significaria ficar separado de meus amigos, nenhum dos quais era culto. Todos eles sobressaíam-se nos esportes e tinham certo grau de desprezo pelos estudos. Quanto a Jack e Rose [avós], se ficaram decepcionados, não demonstraram"

Trecho extraído do livro "Eric Clapton - A Autobiografia"


Bob Dylan - "Bob Dylan, quando criança, achava o tempo que devia ficar na escola muito longo: 'Ele foi matriculado na primeira série da Alice School. Quando o sino do recreio tocava, Bobby achava que já era hora de voltar para casa. Depois de escapulir algumas vezes, ele se deu conta de como era longo o turno escolar'. Dylan, segundo a mãe, 'ficou no quarto silenciosamente tornando-se escritor por 12 anos. Ele lia todos os livros que visse'. O pai contou que o filho nunca conseguia tirar notas boas em história. 'Ele dizia que não havia nada a entender em história'. Também pediu para a mãe que não o matriculasse em física, por que 'não gostava'"

"Retratado como um aluno tímido, Dylan se formou em 1959 e partiu para a Universidade de Minnesota, que não concluiria. O pai do artista falou sobre essa época: 'Bob não gostou muito do ambiente da universidade. Ele achava os estudantes falsos, jovens mimados com quem não tinha muito em comum'. 'Apesar de Dylan ter se matriculado na faculdade de artes liberais da Universidade de Minnesota em setembro de 1959, em poucos meses ele frequentava de fato a Universidade de Dinkytown. Ele estudou música com aulas avançadas nos cafés, especializou-se em estilos de vida radicais, fez seminários sobre impacto pessoal, preparou para o trabalho de graduação em Woody Guthrie.' Mais para frente, o biógrafo afirma: 'Dylan escapuliu da faculdade e, com as próprias mãos, agarrou firme o universo do show business. Na verdade, usou mais os dedos. Com eles, deu adeus para a educação formal'"

Baseado em informações do livro "No Direction Home - A Vida e a Música de Bob Dylan", de Robert Shelton.

OBS.: A pesquisa não foi minha, mas esqueci de salvar a fonte quando fiz o post uns meses atras e agora não lembro qual era, desculpa.
OBS 2.: Também esqueci de publicar o post na época.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Cabelo rosa!

Domingo eu finalmente realizei um sonho! Pintei meu cabelo de rosa! E ficou rosa mesmo! Eu tinha tentado uns anos atras, mas ficava tudo menos rosa (risos).

Descolori normalmente e usei o tonalizante da Exotic Colors, cor Rosa Impossível. Ficou realmente muito fluorescente, da próxima pinto de Rosa Sakura, mas to curtindo assim. *_*





segunda-feira, 3 de junho de 2013

Quem é ela?

Naquele tempo eu só queria respeito, não me importava se eles eram diferentes de mim.
Um dia eu pedi, chorei e implorei pra ser tratada do mesmo jeito que eles tratavam os outros, mas eles disseram não.
Eu fui embora, e no primeiro dia fora vieram me cobrar respeito. Respeito esse que eles nunca me dariam, essa era a condição, que eu os respeitasse, sem nunca ser respeitada porque era assim que tinha que ser, porque era isso que o deus deles mandava. Ouvi deles coisas imperdoáveis, coisas horríveis que eu não ouso repetir, tudo em nome do deus deles. Foi quando me afastei, o máximo que pude, não sabia mais o que pensar.
Distante de tudo que eu conhecia descobri o que era ser livre. Passei minha vida inteira escolhendo o que eu achava certo e deixando de lado o que eu queria. Fiz o que deixaria os outros felizes, vivi infeliz e eles insatisfeitos; por mais que eu fizesse, não agradava a todos, e quanto mais eu tentava mais infeliz ficava.
Descobri longe de tudo que eu conhecia que eu podia ser o que quisesse, e mesmo assim sempre haveria quem gostasse de mim.
Então descobri a coisa mais triste de todas, eu não sabia quem eu era, não sabia do que gostava nem mesmo o que queria. Usei a mascara por tanto tempo que nem conhecia a dona do rosto por baixo dela.
Essa é a história de quem nasceu pra ser alguém que nunca seria, que fez tudo errado tentando fazer certo.
É só um pedaço da vida de alguém que largou tudo em busca de si mesma. Em busca da felicidade.

Priscilla Martins