Madrugada

Acordo de madrugada, meu sono se foi, no escuro escuto sua voz, perdida entre as lembranças do tempo em que me amava. O que aconteceu? Eu sei que teve um motivo, mas não me lembro mais, não sei se foi você ou se foi eu, que tomou a iniciativa de partir.
Sozinha na escuridão do meu quarto meu único desejo é que nosso amor se tornasse uma fênix, que renascesse se suas próprias cinzas, em chamas levando embora o frio e a escuridão dessa noite solitária.
Você não sabe o quanto eu tenho chorado, ninguém sabe. Minhas noites solitárias no meu quarto são meu pesadelo acordada, meu inferno pessoal, a solidão e o medo, medo de que você já tenha me esquecido. Então lembro dos nossos últimos beijos, molhados de lagrimas.
Quando perdi você me perdi de mim mesma, quem eu sou, eu não lembro. Transformada em zumbi pela sua ausência. Obsecada pela lembrança do seu beijo, da sua voz, dos seu braços me envolvendo em um abraço.
Quando você me abraçava o mundo parava, parecia que nada poderia me machucar, parecia que ficaríamos juntos para sempre.
Agora eu olho para a escuridão, sozinha, atormentada, e sonho em ter você aqui comigo de novo. Sonho com o dia em que você vai entrar de novo na minha vida, e me salvar do meu maior inimigo, sonho que vai me salvar de mim mesma.