terça-feira, 23 de novembro de 2010

Loucura

"E que a minha loucura seja perdoada. Porque metade de mim é amor, e a outra metade... também."
Oswaldo Montenegro

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Crônica do Amor - Arnaldo Jabor

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.

O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.

Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.

Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.

Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.

Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no
ódio vocês combinam. Então?

Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.


Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a
menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.

Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama
este cara?

Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.

É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura
por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.

Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?

Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.

Não funciona assim.

Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.

Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!

Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Solidão as vezes dói

Eu estava lá, sozinha. Quem eu mais esperava que estivesse do meu lado tinha me deixado. Pior do que não estar presente, tinha me decepcionado. Me fez acreditar que me ajudaria, e então não fez nada.
Eu tinha quem estivesse do meu lado, eu não estava realmente sozinha, mas quem eu mais esperava que estivesse ali naquele momento não estava, e isso doía.
A ausência de um alguém as vezes dói bastante, mas não o suficiente para ofuscar minha vitória.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Extremamente deprimida

Eu queria me matar... mas o futuro padrinho do meu filho descobriu e me impediu...
Acho que vou ficar viva... só ainda não sei pra que...
Estou extremamente deprimida.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Fugindo pra bem longe

Eu fiquei na divida, se queria ou não queria compartilhar tudo isso com todo mundo.
Acho que no fim das contas não quero compartinhar toda a minha vida, mas alguns fatos, alguns momentos sim.

Eu me sentia triste, deprimida, envergonhada. Tentando esconder do mundo minha gravidez, minha barriga, minha raiva.
Não queria estar gravida, não queria estar sozinha, e definitivamente não queria estar no lugar onde estava.
Então uma briga, um motivo banal, muitas palavras asperas, e alguns machucados. Então fugi, fugi chorando sem saber direito pra onde ir. E por três dias eu estive perdida, uma noite aqui outra ali, sem saber onde me esconder, porque tudo que eu queria era me esconder, sumir.
Mas então fiquei feliz, e agora estou segura, livre.
Agora tenho todo o tempo que preciso para colocar minha vida pra andar, pra correr atraz do que preciso antes que meu filhote chege.
Longe das pessoas que me deixavam triste, longe do lugar onde era uma vergonha estar gravida, junto de pessoas que me amam (mais ate do que eu imaginava), jundo de amigos de verdade, que eu nem sabia que tinha. Em um outro lugar. Segura.
Finalmente me sinto segura.