terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Prazer em conhecer

Aumento a musica. Alto, alto, muito alto.
eu não quero ouvir nem mesmo meus pensamentos
onde eu deixei minha alma? onde sera que ela esta?
onde estou? eu não sei
entreguei minha vida nas mãos de outros
deixei que a rotina de outros me absorvesse
agora estou sozinha, e sozinha devo decidir
onde e quando, e como e porque
tudo esta em minhas mãos.
Mas esteve por tanto tempo nas mãos de outros
que agora não sei como fazer.
Tomar as redias da própria vida pode ser difícil
se você não sabe nem por onde começar
o que fazer, onde pisar
em algum lugar eu perdi ate minha vontade própria.
Antes de continuar tenho que encontrar
(meu senso de decisão).
Antes de encontrar preciso me vigiar
para que o habito não traga de volta o erro
para que a vida não deixe de ser minha
meus novos hábitos
quais serão?
Minha nova vida
como vai ser?
Um passo de cada vez
eu vou descobrindo quem sou eu,
e encontrando uma pessoa decidida,
sensível e responsável
a pessoa que (os outros) diziam que eu não era,
e que nunca seria.
Prazer, prazer em me conhecer.

Dialogo com a solidão

Eu disse a ela que se calasse mas ela continuava a falar: você esta sozinho (sozinho), onde estão seus amigos agora, onde esta sua família, você esta sozinho. Só eu fiquei aqui com você.
O quarto escuro, cortinas fechadas, e eu não estava sozinho, ela ainda estava lá. As horas passavam e ela era minha única companhia, dizendo o que eu não queria mais ouvir.
Diga-me Solidão, e você, como chegou onde está, como se tornou a companhia daqueles que não tem mais ninguém?
Mas ela apenas dizia, você está sozinho (sozinho), onde estão os outros agora?
Fala comigo então, que caminho devo tomar Solidão?
Só você pode escolher sair de onde está. Essa situação é para os mais fracos, os dignos de pena, mas é também para os mais fortes. Eu acompanhei os maiores gênios. Qual desses você é?
Um pobre coitado provavelmente minha amiga, digno de nada, nem mesmo de sua companhia. Eu respondi.
Se é o que pensa. Disse ela, e fez uma pausa. Mas um dos maiores que acompanhei disse o mesmo e é hoje lembrado com louvores a sua obra. Mais uma pausa. Mas isso, só o Tempo dirá.
Sim o Tempo, onde se encontra o sábio mais sábio que cura as feridas de amor? Eu perguntei.
Ele não esta longe, ate posso escuta-lo. Você não?
Não Solidão, pobres mortais como eu não escutam o Tempo.
Engana-se meu bom solitário, disse ela, são vocês os mortais que melhor escutam a voz desse que os imortais não temem e que nos fez invejar vossa feliz situação. Mal sabem você quanta sorte tem de poderem ouvir tão bem esse amigo.
Fez-se silencio por um longo tempo.
Solidão, eu chamei, você conhece a Morte?
Claro, ela respondeu, ela é imã e esposa do Tempo, juntos eles deram aos mortais a maior dadiva que todos podem deseja.
E como ela é? Eu perguntei.
Ele é linda, tão doce as vezes, e cruel em outras, mas sempre chega na hora certa, mesmo quando vocês não conseguem ver. Ela parou de falar por um tempo. Mas creio que ela não goste muito de mim.
Por quê? Perguntei.
Ela me tirou muitas de minhas mais agradáveis companhias, algumas de forma tão triste. Sabe, não é fácil ser a eu, não é fácil acompanhar um gênio quando ele cria sua obra prima na escuridão de um quarto. E ela vem tão doce e o arranca de mim quando menos espero. É o chamado do Tempo ou a própria consequencia da minha companhia.
É assim com todos Solidão?
Sim meu belo solitário, todos, mesmo os que me amam, no fim acabam nos braços da bela que vem cobrar as dividas do tempo. Ate mesmo você.
Depois disso eu apaguei, não pude mais responder.
Porque levou esse também minha irmã? Porque sempre tem de leva-los.
É assim que deve ser amada irmã, você bem o sabe, cada um de nos só faz o que nasceu para fazer. Seja mortal ou imortal. Nos temos uma missão, ate mesmo eu e você. Eu te amo minha irmã. Não me odeie pelo que sou.
Não te odeio querida irmã. Mas estou cansada de estar sozinha.





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